Síndrome Metabólica na Infância: O Que É, Quais os Riscos e Como Tratar
Você já ouviu falar em síndrome metabólica? Embora esse termo seja mais comum entre adultos, cada vez mais crianças e adolescentes têm recebido esse diagnóstico – e ele merece atenção!
O que é a síndrome metabólica?
A síndrome metabólica é um conjunto de alterações metabólicas que aumentam o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, esteatose hepática (gordura no fígado) e outros problemas de saúde a longo prazo.
Ela é caracterizada por:
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Obesidade central (acúmulo de gordura abdominal)
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E pelo menos dois dos seguintes critérios:
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Pressão arterial elevada
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Triglicérides aumentados
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HDL-colesterol baixo
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Glicemia de jejum alterada ou resistência insulínica
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Por que isso acontece?
A combinação de fatores genéticos, alimentação rica em ultraprocessados e sedentarismo favorece o acúmulo de gordura visceral e a resistência à insulina — que é o gatilho para todo o desequilíbrio metabólico.
Crianças com obesidade já apresentam sinais inflamatórios precoces, mesmo antes de qualquer exame alterar. Isso reforça a importância do diagnóstico precoce.
Quais os riscos se não for tratada?
Se não houver intervenção, a síndrome metabólica pode evoluir para:
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Diabetes tipo 2 precoce
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Doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD)
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Aterosclerose e doenças cardiovasculares em idade jovem
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Infarto e AVC antes dos 40 anos
Ou seja, o que começa como “apenas um sobrepeso” pode ter consequências sérias e irreversíveis se não for monitorado e tratado.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico e laboratorial. Os principais parâmetros avaliados são:
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Medida da circunferência abdominal
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Pressão arterial
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Exames de sangue:
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Triglicérides (↑)
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HDL-colesterol (↓)
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Glicemia de jejum ou índice HOMA-IR
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A avaliação deve ser feita com base em curvas de crescimento, percentis e tabelas específicas para idade e sexo.
Qual é o tratamento?
O tratamento da síndrome metabólica na infância é sempre multidisciplinar. Os pilares principais são:
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Mudança no estilo de vida:
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Alimentação equilibrada e acompanhamento nutricional
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Prática regular de atividade física
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Redução do tempo de telas e estímulo a brincadeiras ativas
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Acompanhamento médico regular:
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Avaliação clínica e laboratorial periódica
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Rastreamento de comorbidades
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Medicamentos:
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Indicados apenas em casos selecionados, conforme critérios médicos bem definidos
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Por que o seguimento é tão importante?
A síndrome metabólica não desaparece sozinha. O acompanhamento a longo prazo permite:
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Monitorar o progresso e ajustar estratégias
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Prevenir complicações
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Apoiar a criança e a família nas mudanças de hábito
A abordagem precisa ser contínua, empática e personalizada.
A síndrome metabólica é silenciosa, mas perigosa. Reconhecer os sinais e agir precocemente pode transformar o futuro de uma criança.
Se você tem dúvidas sobre o peso, os exames ou o crescimento do seu filho, procure um endocrinologista pediátrico para uma avaliação completa.
Com carinho, Dra. Lívia Schneider